sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Fatos Politicos Especiais de final de Ano




MENSAGEM
Desejamos a todos os filiados, parceiros e companheiros,
um ótimo Natal e próspero Ano Novo,
e que em 2012 estejamos juntos,
para fazer da nossa entidade a diferença em opinião e trabalho.
Muita paz e realizações a todos,
são os votos de Rafael de Lala e equipe.

EM ADIÇÃO, ELENCAMOS ALGUNS VOTOS PARA 2012:
1. ANIVERSÁRIO DO PARANÁ
Que o próximo aniversário de emancipação do Estado do Paraná seja diferente dos 158 anos comemorados – discretamente – na segunda-feira. Que tal organizarmos, Governo, entidades culturais e sociedade, um programa inteiro de festividades; iniciando em 29 de agosto (data da lei de emancipação) e fechando em 19 de dezembro (dia em que Zacarias instalou nosso primeiro governo)?
2. BRASIL, 190 ANOS
Que a comemoração dos 190 anos da Independência seja fundada na reafirmação da liberdade nacional. Para isso cumpre-nos superar a síndrome da complacência (e da procrastinação, já criticada por José Bonifácio), mas conservar o “jogo de cintura” que nos faz criativos.
Tudo para incluir – com segurança, saúde e estabilidade democrática - o maior conjunto possível de sua população; educando jovens e trabalhadores, agregando tecnologia à produção de bens da natureza (minérios, itens agrícolas) e, sobretudo, ganhando uma autonomia de superavit e de receita externa que nos resguarde das ingerências que sufocam Grécia, Portugal e outros países ancestrais.
3. EUROPA, PROATIVA
Que os povos europeus - nossos formadores, ao lado de indígenas e africanos -, encontrem o caminho da afirmação, tornando-se menos defensivos (como até aqui) e mais proativos para vencerem a crise civilizatória que açoita aquele continente, experimentado de milênios. Que se inspirem em Adenauer, Schumann, Spaak, De Gasperi e Marshall, entre outros estadistas que resgataram o continente pós-II Guerra.
4. LIDERES ESTADISTAS
Que os líderes reunidos no G-20 e outros foros de coordenação mundial se mostrem sábios e responsáveis na adoção de políticas de interesse geral; conscientes da lição de Max Weber (os homens públicos devem estar cientes da responsabilidade provável e futura de seus atos presentes).
Memento que vale também para nossos líderes chamados a governar, em Curitiba e na “província” do Paraná.
Rafael de Lala,
Presidente da API e pela Coordenação da
Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná
Contato: (41) 3026-0660 / 9167-9233 - api1934@gmail.com - Twitter: @Api1934
Rua José Loureiro 464, Sala 44 – Centro – Curitiba/PR

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Análises dos fatos políticos recentes

1. CNJ, EM CONSTRUÇÃO

OS FATOS

Por medida liminar emitida pelo ministro Marco Aurélio de Mello, o Supremo Tribunal Federal imitou a competência do Conselho Nacional de Justiça. Pela decisão provisória o CNJ só pode instaurar investigação contra magistrados de tribunais inferiores após o pronunciamento das corregedorias dessas cortes, ou quando verificar a inação dos órgãos corretivos estaduais. A liminar responde a uma ação declaratória de inconstitucionalidade de resolução do CNJ, proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros.

ANÁLISE

Embora tenha ocorrido certa reação à medida tomada pelo STF através do ministro-relator do caso, a realidade é que o processo de controle externo da atividade judiciária está em construção no país (como é corrente no linguajar da esquerda), após a redemocratização de 1985/88. Criado em 2004, pela Emenda Constitucional nº 45, por instâncias do governo de então e forte influência do ministro Nelson Jobim (deputado federal constituinte, ministro da Justiça e depois ministro e presidente do Supremo), o CNJ ganhou atribuições que a prática veio demonstrar que excediam a faculdade originalmente buscada, de controle da atividade externa do Poder Judiciário.

ANÁLISE (II)

Vale abordar, a propósito, o aspecto federativo, também inscrito como um dos fundamentos da ordem constitucional republicana. Uma das reivindicações históricas dos republicanos do século 19 era a autonomia dos Estados-membros na esfera judiciária (durante o Império os juízes eram nomeados pelo poder central), sendo que o Tribunal de Justiça do Paraná só foi instalado após a Constituição Republicana de 1891. Ao permitir que o CNJ avocasse “processos disciplinares em curso” – mesmo sobrepujando a Justiça dos Estados – a EC 45 violou a autonomia federativa, numa dimensão que ia assumindo aspectos cerceadores dessa autonomia político-institucional.

2. ENTREVISTA DE BETO

OS FATOS

O governador Beto Richa deu uma entrevista ampla, de prestação de contas, à Gazeta do Povo, no domingo. Destacou políticas para o desenvolvimento do interior via incentivos para a atração de empreendimentos, principalmente indústrias; a criação de uma compensação para quem preserva o meio ambiente, tipo “bolsa verde”; a retomada de ações na área da infra-estrutura – inclusive via dialogo com as empresas concessionárias de rodovias no Paraná. Sobre política, confirmou que seu chefe da Casa Civil, deputado Durval Amaral, é o candidato situacionista para a vaga a ser criada em 2012 no Tribunal de Contas.

ANÁLISE

A defesa feita por Richa, na entrevista, sobre a transferência de áreas de execução – como hospitais – para Organizações Sociais, foi oportuna. Ele lembrou que o Museu Oscar Niemeyer é operado por uma OS que funciona, porque ONGs bem geridas – e fiscalizadas pelo poder público – são opção para o engessamento da burocracia oficial. Tanto que o governo federal terceirizou várias estradas e está transferindo para a gestão privada os dois maiores aeroportos do país.

3. AECIO NA CORRIDA

OS FATOS

Ainda na esfera do Governo Estadual, no dia 19 – comemoração dos 158 anos de emancipação da Província do Paraná – uma solenidade no Palácio das Araucárias marcou a entrega de distinções da Ordem Estadual do Pinheiro a autoridades, personalidades do mundo político e da sociedade paranaense. Entre os convidados, o ex-governador e senador mineiro Aécio Neves, taticamente escolhido como orador da cerimonial, ingressou em tema político: defendeu a realização de prévias na escolha de candidatos do PSDB, “para fortalecer a democracia interna e estimular a mobilização”.

ANÁLISE

Dedução do evento: Aécio forma parceria com o governador paranaense nas questões partidárias dos tucanos, em sua defesa da proposta de eleições primárias para a indicação de candidaturas. Essa colocação foi vista pela imprensa como uma reação ao domínio paulista da legenda – evidente desde sua fundação sob inspiração de Franco Montoro, Fernando Henrique e outros líderes. A dobradinha Aécio-Richa, mais do que suplantar próceres tucanos como José Serra, representa um esforço articulado para dar fôlego ao partido: “Para termos um projeto viável de governo é preciso que estejamos fortes em S. Paulo, mas em todos os outros estados”.

4. TRÊS FORÇAS NO PLEITO

OS FATOS

Em Curitiba a eleição para prefeito, marcada para 2012, assinala distribuição de três forças mais ou menos equilibradas – conforme a primeira pesquisa divulgada. Pelo consórcio PDT-PT o ex-deputado federal Gustavo Fruet mostrou pequena dianteira; seguido pelo deputado federal Ratinho Junior (PSC) e pelo prefeito Luciano Ducci (PSB-PSDB). Também na pré-corrida, o deputado estadual Fábio Camargo, pelo PTB.

ANÁLISE

Embora a situação ainda seja fluida – conforme admitiu Ratinho Junior – a distribuição de preferências do eleitorado da capital por três nomes indica que o governo estadual (Beto Richa) terá que se esforçar para emplacar a reeleição do prefeito Luciano Ducci. O futuro guarda seus mistérios, porém a previsão é que os três conjuntos se afunilem para uma disputa polarizada entre duas forças: de um lado o prefeito Ducci – apoiado pelo governador Richa mais suporte em seu partido a nível nacional (o PSB tem mostrado bom nível de articulação); de outro o ex-deputado Fruet – prestigiado pelo grupo do ex-senador Osmar Dias (PDT), mais o grupo que gravita em torno do Governo Federal (PT e legendas menores).

5. DOUTOR HONORIS CAUSA

OS FATOS

O lançamento das comemorações do centenário da Universidade Federal do Paraná – a ocorrer em 19 de dezembro de 2012 – foi cercado de eventos, segunda-feira última. Em cerimônia aberta na praça Santos Andrade, em Curitiba, defronte à sede histórica da UFPR, o reitor Zaki Akel listou conquistas da instituição em seus 99 anos e hoje com 27 mil alunos: “Temos de ser a universidade que o Paraná precisa!”

ANÁLISE

O destaque ficou por conta da homenagem especial prestada ao ministro Paulo Bernardo, das Comunicações. Anteriormente na Pasta do Planejamento, Bernardo apoiou a Universidade com liberação de recursos federais, aquisição de equipamentos inclusive para o Hospital de Clinicas e, principalmente, com a cessão de imóvel da antiga Rede Ferroviária, que vai compor o futuro “Campus Rebouças” – (funcionará a partir do próximo ano com a oferta de 16 cursos). Por isso, a homenagem ao ministro Paulo Bernardo poderia ser ainda mais expressiva: o titulo de “Doutor Honoris Causa” da universidade criada pela audácia dos paranaenses para consolidar a identidade federativa de nossa terra.

6. BRASIL E O CENARIO

OS FATOS

Enquanto o Governo Brasileiro fecha os números do desempenho do país no exercício, o cenário internacional continua indeciso: aqui as contas apresentaram comportamento razoável em comércio exterior, déficit externo, reservas internacionais, etc.; sendo destoante apenas a inflação acima da meta. Na Europa os governos reforçaram o caixa do FMI para que a instituição, por sua vez, socorra países mais expostos e o Banco Central Europeu repassou meio trilhão de euros aos bancos para dar liquidez a esses entes, visando destravar o crédito para empresas e consumidores.

ANÁLISE

Preocupante é a dificuldade de coordenação dos dirigentes europeus, como os desencontros entre os governantes da França e Alemanha e o da Inglaterra. Analistas avaliam que a insistência da chanceler alemã Ângela Merkel em cortar gastos e comprimir as economias em déficit – além de propiciar a emergência de uma Europa de duas velocidades – vai acabar concretizando o cenário do “quanto pior…” Por outro lado a nova diretora do FMI, que sucedeu ao experiente Dominique Strauss-Kahn, parece não ajudar muito, com sua insistência em repetir que “o mundo vive situação muito perigosa”. Pergunta: o FMI não foi inspirado por Lord Keynes (e outros pensadores do pós-guerra) justamente para estancar as crises?

7. DEMOCRACIA NO CONE SUL

OS FATOS

A polícia argentina, para apoiar uma questionável ordem judicial, ocupou em Buenos Aires, as instalações da rede de tevê a cabo Cablevision, integrante do conglomerado de mídia “El Clarin”. O ato de força ocorreu no mesmo dia em que os governantes do Cone Sul estavam reunidos na capital uruguaia, Montevidéu, na sua sessão semestral. Esse problema contrasta coma proposição dos países do Mercado Comum do Sul de reforçar a chamada clausula democrática do bloco: país que atentar contra a democracia deve ser suspenso automaticamente. 
                                                          
ANÁLISE

A escalada de atritos entre o governo dos Kirchner (primeiro o presidente Nestor e, agora, sua sucessora, Cristina) e a imprensa da Argentina causa preocupação. Lamentavelmente ela revive o pendor autoritário que permeia a História do país vizinho, mas que precisa ser modificado para um perfil pluralista – de aceitação do outro – e que reflete, afinal, a essência do “ser político”, cf. ensinava Hanna Arendt. Daqui do Paraná, a Associação Paranaense de Imprensa enviou nota ao cônsul da Argentina, expressando esperança que seu governo assegure “respeito à liberdade de expressão, penhor maior do grau de civilização almejado por nossos povos”.

Rafael de Lala,
Presidente da API e pela Coordenação da
Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Conclusão da votação da PEC dos Jornalistas fica para fevereiro

[Foto]
Ficou para fevereiro de 2012 a votação em segundo turno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/2009, que restabelece a exigência de diploma de curso de nível superior de Comunicação Social para o exercício da função de jornalista. O acordo para votação da matéria foi anunciado pelo líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), na sessão deliberativa desta terça (13).
A PEC dos Jornalistas, como a proposição ficou conhecida, foi aprovada em primeiro turno pelo Senado em 30 de novembro, com 65 votos favoráveis e 7 votos contrários. A votação em segundo turno, no entanto, ficou à espera de um acordo entre as lideranças partidárias, o que só ocorreu esta semana.
- A PEC será votada no início de fevereiro. Continuarei votando contra, mas há acordo para a votação do segundo turno da matéria - afirmou Demóstenes, acrescentando que a decisão acabaria com a insatisfação do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), autor da proposta e defensor de sua votação ainda este ano.
A PEC 33/2009 inclui no texto constitucional o artigo 220-A para estabelecer que o exercício da profissão de jornalista é "privativo do portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, expedido por curso reconhecido pelo Ministério da Educação". A proposta prevê, no entanto, a possibilidade de atuação da figura do colaborador, sem vínculo empregatício com as empresas, para os não graduados, e também dos que conseguiram o registro profissional sem possuir diploma, antes da edição da lei.
A medida tenta neutralizar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de junho de 2009, que revogou a exigência do diploma para jornalistas. Os ministros consideraram que o Decreto-Lei 972 de 1969, que exigia o documento, era incompatível com a Constituição, que garante a liberdade de expressão e de comunicação. A exigência do diploma, de acordo com esse ponto de vista, seria um resquício da ditadura militar, criada somente para afastar dos meios de comunicação intelectuais, políticos e artistas que se opunham ao regime.
Fonte: Agência Senado

sábado, 3 de dezembro de 2011

Análise dos fatos políticos da semana

“Os referentes do Brasil não estão mais limitados à América Latina; nossos referentes são o mundo em geral”.
                                                           Marcos Azambuja, embaixador aposentado.
1. BRIC, 10 ANOS
OS FATOS
Há dez anos o economista inglês Jim O’Neill usou, pela primeira vez, a sigla BRIC para se referir a um conjunto de países de escala que, se não pertenciam ao bloco das economias centrais – o então G-7 – também não estavam no Terceiro Mundo. Para ele, Brasil, Rússia, Índia e China seriam os principais indutores da economia mundial na primeira década do século 21. Hoje os BRICs, a que se juntou a África do Sul, são uma das novas realidades no Diretório Mundial no momento em que o mundo industrializado enfrenta a mais severa crise dos últimos tempos.
ANÁLISE (I)
O Brasil, em particular, foi projetado para o primeiro plano com a expectativa criada pela inclusão no grupo concebido por O’Neill, que não estava preocupado em repensar teorias; ele simplesmente “bolava uma sacada” para se destacar no cenário competitivo de seu banco de investimentos. “A marca ajudou o Brasil a se posicionar globalmente”, explica um professor da FGV;, e o jornal “The New York Times” avalia que essa colocação impulsionou a escolha do país para sediar a Olimpíada de 2016 – entre outros destaques.
ANÁLISE (II)
O economista O’Neill revela que incluir o Brasil entre os BRICs foi uma aposta arriscada: há dez anos, em plena crise desencadeada pelos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos, o país tinha um perfil instável, de país devedor. “Hoje é uma forte economia, que passou a Itália em 2010 e deverá superar neste ano o PIB do Reino Unido. Mas que precisa enfrentar o desafio de reformas: reduzir a participação do Estado e conter a valorização da moeda para evitar a ‘doença holandesa’ – em que a exportação preferencial de commodities provoca desindustrialização”. Mas no geral a posição do país é favorável: acabamos de receber a visita da diretora do FMI, que veio ao Brasil… pedir dinheiro!
2. QUEREM INFLUIR
OS FATOS
Dirigentes de grandes empresas, reunidos no Fórum de Lideres Empresariaisem São Paulo, decidiram se aproximar do governo federal para influir nas políticas que dizem respeito aos rumos da política econômica nacional. “No Brasil a iniciativa privada investe pouco nesse relacionamento, como ações para influenciar na melhoria da educação, da segurança publica e da governança em geral”, avaliou Finho Levy, superintendente do Fórum de Lideres.
ANÁLISE
A nova postura da liderança empresarial é positiva, porque sua contribuição pode contribuir para melhorar o desempenho da economia brasileira, como tem feito o empresário Jorge Gerdau, líder de um grupo de interesse – o Movimento Brasil Competitivo – chamado a colaborar com propostas de eficiência junto ao Governo Dilma. Gerdau, que também está apoiando o Governo do Paraná, entende que com a adoção de práticas comuns ao universo gerencial o país pode corrigir disfunções visíveis (excesso de burocracia, gargalo na infraestrutura, desperdícios de gestão) para dar um salto no rumo do desenvolvimento.
3. RITMO LENTO
OS FATOS
A arrecadação conjunta dos três níveis de governo já se aproxima da casa de 1,4 trilhões de reais, com o governo federal cumprindo, até o terceiro trimestre, mais de 75% da meta de superávit primário do orçamento. Num cenário em que países entram em colapso porque seus governos não têm dinheiro para pagar as contas imediatas, é um conforto descobrir que o Tesouro brasileiro está solvável e dispõe de folga de caixa. A situação se repete nos Estados e Municípios que apresentam administração razoável, como o Governo do Paraná e o Município de Curitiba.
ANÁLISE
Mas esse panorama otimista esconde uma armadilha: os entes governamentais têm conseguido desempenho fiscal positivo menos por controlar os gastos e mais pela adoção de políticas de contínua expansão da carga tributária que, no conjunto, já se aproxima de 40% do PIB. O excesso de tributos – mais as obrigações conexas, derivados da constante inclusão ou mudança de regras fiscais – tende a inibir o crescimento econômico. O que explica parte das dificuldade do Brasil para acompanhar o ritmo dos outros países emergentes – como acaba de advertir Jim O’Neill, o guru dos BRICs.
4. JADER E LUPI
OS FATOS
O político João Capiberibe, ex-governador do Amapá e desafeto do senador José Sarney (igualmente representante daquele estado da Região Norte), acaba de tomar posse no Senado, após superar uma série de intrigas políticas que o levaram a ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. Já outro político igualmente colhido pela mesma legislação, Jader Barbalho, do Pará, encontra dificuldades para reaver seu mandato de senador; enquanto o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, balança no cargo, fulminado por veto da Comissão de Ética Pública.
ANÁLISE
Capiberibe e Barbalho foram obstruídos, em sua marcha para chegarem ao Senado, pela polêmica legislação popular que atingiu os candidatos acusados de infrações eleitorais – mesmo para fatos anteriores à sua vigência. Com a retomada do julgamento, pelo Supremo da Lei da Ficha Limpa com restrições a quem renunciou para escapar à perda de mandato, Barbalho – ex-senador e ex-governador do Pará – se defronta com resistências, derivadas de sua turbulenta trajetória anterior. Já o ministro Lupi foi acusado de conduta antiética, com recomendação à presidente Dilma para seu afastamento da Pasta do Trabalho. Foi ouvido no Planalto e, por enquanto, permanece.
5. MUNDO COORDENADO
OS FATOS
Os bancos centrais Europeu, dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido e Suíça, decidiram no meio da semana, coordenar ações para prover liquidez ao sistema financeiro, o que favoreceu a reversão das expectativas negativas que ensombreciam o panorama internacional. Bastou essa perspectiva de injeção mútua de recursos nos órgãos deficitários para uma progressiva restauração das linhas de crédito interbancário, destravando a área de negócios entre as economias centrais.
ANÁLISE
A iniciativa de coordenação foi acionada pelo Governo dos Estados Unidos, depois que o presidente Obama reclamou da hesitação dos líderes europeus, divididos entre o monetarismo rígido da premier alemã e a incapacidade de ação de governantes apanhados em paralisia política. O alivio, contudo, tende a ser temporário, projetando dois cenários: ou a Europa evolui para uma cooperação mais estreita, no estilo de “Federação de países semi-soberanos” ou a crise de ajustamento se prolongará pela década – com repercussões gerais inclusive no Brasil.
Rafael de Lala,
Presidente da API e pela Coordenação da
Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
e Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Análise dos fatos políticos da semana

  1. POUSO SUAVE


OS FATOS
Aceitando a realidade da desaceleração mundial, mas empenhado em assegurar um pouso suave para a economia brasileira, o Governo Federal aliviou as condições de crédito para o fim de ano. Cresceram, igualmente, as apostas de que o Banco Central vai ampliar o corte de juros na sua reunião periódica da próxima semana; tudo o que permitirá prever um crescimento do PIB da ordem de 3,5% no ano corrente.
ANÁLISE
A maioria dos especialistas avalia que a economia mundial está ingressando na segunda etapa da crise desencadeada em 2008. Seria a chamada “segunda perna do W do ciclo econômico”, depois do alívio momentâneo trazido com a recuperação dos mercados no fim de 2009/início de 2010. Para o problema contribuem ainda, os desencontros políticos nos Estados Unidos e Europa, que juntos com o Japão formam o coração do mundo industrializado. Por isso o governo brasileiro puxou o freio de gastos, mas agora se preocupa em evitar uma queda brusca da atividade com as medidas suavizadoras das últimas semanas.
2. MOSTRANDO “FORÇA”
OS FATOS
O governo conseguiu uma vitória política ao aprovar a prorrogação da desvinculação de receitas da União – DRU, em votação final na Câmara dos Deputados e, em primeira etapa, no Senado; onde a previsão é de apoio mais ou menos tranqüilo à proposta. Na prática, ela dá ao Executivo maior flexibilidade no manejo de verbas públicas – por não estarem endereçadas a programas ou setores específicos, como é padrão no sistema de orçamento, onde as verbas são “carimbadas”: custeio da burocracia, despesas com educação e saúde, etc.
ANÁLISE
Na conjuntura internacional que atravessamos, a prorrogação da DRU foi importante. Demonstra capacidade de liderança do governo e ratifica a política de controle fiscal que a presidente Dilma vem executando, com o corte – ou pelo menos represamento – de gastos não prioritários. Tendo presente a mudança em relação ao período governamental anterior, precisamos trabalhar com rédea curta – se quisermos preservar um “médium” de autonomia nacional em cenário geral de incertezas. Afinal, ensinavam Maquiavel, Ortega y Gasset e outros pensadores da “realpolitik”, mudadas as circunstancias, mudam os compromissos!”.
3. VERDADE E SIGILO
OS FATOS
Foram sancionadas as leis de criação da Comissão da Verdade e de fixação de prazos para o sigilo de documentos oficiais. No primeiro caso, serão revistas situações de possível violação de direitos civis por parte de autoridades públicas num período que abrange a segunda metade do século passado: de1946 a1985. No segundo, documentos tidos como sigilosos serão preservados até um tempo máximo de 50 anos, permitindo o acesso de pesquisadores e demais interessados a fatos, desde os recentes até textos da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865 a1870).
ANÁLISE (I)
A liberação de documentação pública é assente nos países democráticos, não constituindo fato de maior significação. Quanto à Comissão da Verdade, a legislação aprovada evitou um duelo com o passado, respeitando as disposições da legislação de anistia, que superou o último ciclo autoritário (1964/1985). Nesta semana ouvi o testemunho de uma personalidade paranaense que participou das conversações que levaram o então presidente Figueiredo, em1978, aremeter ao Congresso a mensagem propondo a anistia. Ela era extensiva aos dois lados da cena política; se destinava a suspender o juízo sobre o passado e assim deve ser mantida.
ANÁLISE (II)
Esta essência do nosso “ethos” histórico, que privilegia a busca do consenso em vez do radicalismo – e presente desde José Bonifácio – tornou o Brasil um país integrado num entorno continental fragmentado. Postura reafirmada pela presidente Dilma na sanção da lei de criação da Comissão da Verdade: a ministra de Direitos Humanos queria levar à tribuna o discurso da filha de uma suposta vitima do período de exceção, e o ministro da Defesa questionou que, se tal ocorresse, os militares presentes também poderiam se pronunciar. A presidente arbitrou: nenhum dos lados falaria, cabendo a palavra ao ministro da Justiça.
4. SOBREVIDA EM CORDA BAMBA
OS FATOS
Apesar das denuncias que se acumulavam contra sua pessoa e gestão o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, permaneceu na função. Segundo informes vazados do Palácio do Planalto, a presidente da República teria avaliado como inconveniente a demissão imediata, do titular da Pasta do Trabalho em face das complicações para a escolha de um substituto: dentro do seu partido de origem, o PDT, ou via permuta de cargos com outra legenda da base de apoio. Nessa linha, Dilma teria preferido a troca em 2012, quando todo o Ministério será remanejado em função do licenciamento de ministros-candidatos no pleito municipal.
ANÁLISE
Como analisamos no boletim da semana passada, o modelo brasileiro de “presidencialismo de coalizão” impõe restrições à liberdade de movimentação da Presidência da República, obrigando à composição dos principais postos com nomes oriundos de grupamentos partidários da “base de apoio”. Esta tem coerência problemática, insuficiência de quadros e espasmos de infidelidade congressual. No caso, o atual titular do Trabalho apresenta duplo desgaste em que pesam menos os malfeitos debitados do que suas ações – ancoradas no velho trabalhismo varguista. Seu Ministério até aqui só se ocupou em criar ônus e problemas para o empresariado, em vez de preparar os trabalhadores para o novo cenário da competição global.
ANÁLISE (II)
Agora mesmo o Ministério do Trabalho enviesou a interpretação da lei que amplia o aviso prévio para 90 dias: o prazo maior só beneficiaria o empregado e não o empregador – caso evidente de insuficiência de conhecimentos jurídicos. Antes, Lupi se ocupara em editar portaria obrigando empresas a substituir os “relógios de ponto” por um sistema informatizado para emitir um comprovante impresso da jornada diária. Mais, criou inúmeros grupos de fiscalização volante para identificar casos de “trabalho escravo” (no máximo casos de “servidão” do tipo medieval), jogando na vala de delinqüentes empresas sérias e tradicionais; reconheceu sindicatos fantasmas e acumula outros desserviços ao país.
5. VIÉS ANTIEMPRESARIAL
OS FATOS
A empresa petrolífera Chevron, uma das maiores de sua área no mundo, foi protagonista de um desastre ecológico na exploração de um poço na região marítima do “pós-sal” situada no litoral do Rio de Janeiro. Uma sonda de perfuração, numa camada de cerca de1.200 m, ocasionou uma fratura lateral junto ao poço sob exploração, que levou ao vazamento de óleo até a superfície do mar: em torno de8 a10 mil barris. Embora estancado o escoamento, a empresa enfrenta problemas nas áreas ambiental, legal e de operação, podendo vir a ser excluída do país.
ANÁLISE
O acidente com o poço da Chevron remete a uma primeira abordagem, racional: o Brasil ainda não domina técnicas de prevenção de desastres na exploração do petróleo em grandes profundidades. Mas a ocorrência despertou outro tipo de reação: autoridades, pseudo-especialistas, ambientalistas e certa parcela da mídia desandaram a atacar a empresa, clamando por multas severíssimas e até proibição de funcionamento. Outras fontes viram a questão com deboche: a Chevron preferiria pagar a multa em vez de adotar medidas preventivas – como se ela não tivesse cuidado com sua imagem corporativa. Tudo a trair um viés antiempresarial e um nacionalismo fora de questão que, no limite, bloqueiam nossa marcha para o desenvolvimento.

Rafael de Lala,
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Jornalista, participe do III Concurso de Jornalismo “Engenharia e Arquitetura Brasileira” que o IEP promove


Para reconhecer o trabalho dos profissionais da imprensa que colaboram, incentivam e divulgam o desenvolvimento nacional da engenharia o IEP realiza a terceira edição do Concurso de Jornalismo “Engenharia Brasileira”.
Esse ano o prêmio será de R$4.000,00 entregue ao vencedor durante o jantar Troféu Paraná de Engenharia, dia 09 de dezembro de 2011, no Espaço Torres. O concurso é restrito a jornalistas que comprovem sua atuação.
As inscrições vão até o dia 25 de novembro.

Fonte: IEP

Participe do IV Concurso de Fotografia “Engenharia no Brasil” que o IEP promove


As inscrições para o 4º Concurso de Fotografia estarão abertas até o dia 25 de novembro de 2011. O tema do Concurso é “Engenharia no Brasil”, com o objetivo de dar ao fotógrafo um amplo campo criativo envolvendo todas as modalidades da engenharia e arquitetura.
O concurso é aberto a fotógrafos amadores e profissionais de todas as idades que trabalhem com equipamento digital.  Cada participante poderá enviar até 03 (três) fotos que poderão ser nas categorias colorido e P&B (preto e branco) no tamanho 20×30 cm, e deve ser enviada pelo correio, junto com duas cópias de cada fotografia inscrita.
Confira o Regulamento
Fonte: IEP

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Análise dos fatos políticos da semana


“Não podemos controlar o resultado de nossas ações, mas sem ações, 
simplesmente não haverá resultados!”. 
Gandhi
1. DEMOCRACIA EM QUESTÃO
OS FATOS
A pesquisa periódica do Latinobarometro, publicada há 16 anos, mostrou que a confiança dos brasileiros na Democracia caiu de 54% para 45% em um ano. Esse levantamento de 2011 do instituto chileno se junta a outro, da Unidade de Inteligência da revista “The Economist”: o Brasil ocupa a 47ª posição num Índice de Democracia, atrás de países como Panamá (46), Timor Leste (42) e Botswana (35). Se os brasileiros – em estudo recente das Nações Unidas – se mostraram um dos povos mais felizes do planeta; e em levantamento interno foram classificados entre os mais otimistas, por que a dissonância de sermos o país latino-americano com menor apreço pela Democracia?
ANÁLISE (I)
Entre as explicações propostas está o fato da continuada bateria de críticas contra a classe política, com a queda seguida de ministros envolvidos em corrupção, os processos contra parlamentares, a discussão sobre a Lei da Ficha Limpa e, ao paradoxo de – embora ter registrado ascensão da classe “C” o país obteve um nível discreto no Índice de Desenvolvimento Humano. O professor Gaudêncio Torquato, da USP, em análise no jornal “O Estado de S. Paulo”, lembra que os brasileiros vêm assinalando um perfil conservador: em pesquisa Datafolha, 55% apóiam a introdução da pena de morte; 80% querem a redução da idade de responsabilização penal.
ANÁLISE (II)
Os dados da própria revista britânica registram para o Brasil notas baixas em Participação Política (5, numa escala decimal) e Cultura Política (nota 4,38), como assinalou editorial do jornal “Gazeta do Povo”, introduzindo o quesito do desenvolvimento de uma educação republicana. Nesse aspecto, estudiosos que debateram o tema sustentam que “a Democracia brasileira precisa se aproximar da República”; cobrindo “um hiato entre o aprendizado da democracia e a Constituição da República” (Gabriel Cohn).  Nessa linha, a democracia – governo pelo consentimento da maioria do povo – é fundamental, porém as regras do jogo podem ser jogadas de várias maneiras, porque a democracia tem plasticidade, podendo chegar ao autoritarismo.
ANÁLISE (III)
Mas a dimensão republicana exige mais, valores que se inscrevem como virtudes, e “uma certa capacidade de colocar o que importa a todos”; levando à necessidade de propor, para a democracia, não o mercado da política, mas o programa republicano. Para o professor Luiz Werneck Vianna, no caso brasileiro “a falta de cultura republicana exporia a democracia, pelo voto”, a “manifestações inesperadas pelo quantitativo dos setores subalternos”. Ou, como o povo intui, “à apropriação do Estado por grupos” que, no limite, contrariam o conceito da “res publica” – a coisa pública, comum a todos os membros da sociedade –, devido à herança da “cultura patrimonialista ibérica, onde a desigualdade entre as pessoas era a regra”.
2. REFORMAR A POLITICA
OS FATOS
Na esteira da crise européia alguns articulistas se debruçam sobre o caso italiano, com lições que nos aproveitam. Contardo Caligaris, psicanalista nascido naquele país mediterrâneo e radicado no Brasil, lamenta que o milagre do ressurgimento italiano do pós-guerra (Anos 50 e 60), tenha se esvaído na mediocridade atual. O diplomata e articulista Rubens Ricupero, também “oriundi”, aponta a correlação entre o colapso do governo da Itália e o modelo político do Brasil. Para ele o primeiro sinal foi a destruição da confiança, base da Democracia; fenômeno igualmente presente aqui, como dão conta as manifestações registradas na imprensa, redes sociais e em movimentos de rua, por enquanto modestas mas crescentes.
ANÁLISE
Historiando o retrocesso italiano, Ricupero mostrou o custo crescente das disfunções do sistema de cooptação de partidos e políticos para a obtenção de consensos necessários à sustentação dos governos peninsulares. Se o dinheiro envolvido na corrupção direta é pouco significativo – apesar de chocante – as perdas maiores advêm da multiplicação de ministérios inúteis, cargos supérfluos, aplicação irracional de recursos e desperdício na gestão. “Política doente contagia a economia”, via crescimento lento, baixa competitividade e, no final, colapso como registrado na Grécia, Itália, etc. Lição que nos aproveita, para aperfeiçoar as instituições herdadas do movimento republicano de 1889.  
3. FICHA LIMPA REVISTA
OS FATOS
Até aqui o Supremo Tribunal Federal havia analisado aspectos específicos da Lei da Ficha Limpa; agora passou a examinar sua essência constitucional. Na primeira decisão em caso concreto, por voto do ministro Luiz Fux, foi afastada sua aplicação quanto ao pleito de 2010, em respeito ao principio da anterioridade: não foi promulgada um ano antes da eleição – como determina a Constituição. Agora o STF considerou inconstitucional o dispositivo que bane da vida pública o político que tenha renunciado ao mandato para escapar de processo de cassação.  
ANÁLISE
Os ministros decidiram adiar a votação, por pedido de vistas do Sr. Joaquim Barbosa, à espera da futura integrante que completará a composição de nossa corte constitucional. Mas no geral admitem a constitucionalidade da Lei, por entender como relevante sua finalidade, de assegurar um padrão elevado para os aspirantes à vida pública. A ressalva é de pontos polêmicos, como a renuncia ante o risco de cassação – já decidido e o da inelegibilidade de político condenado em tribunal colegiado quando ainda couber recurso. O último aspecto ficou em suspenso, com diversos ministros argumentando que a possibilidade de reverter a decisão torna a punição injusta. A considerar, apenas, a fixação brasileira em códigos morais de extremo rigor para definir a conduta humana, esquecidos todos da máxima de Montesquieu: “No iluminismo, antes de cogitar da pureza dos líderes chamados a governar, devemos nos preocupar com a qualidade das instituições”.
4. AECIO CIRCULANDO
OS FATOS
Durante evento político no Rio Grande do Sul o senador Aécio Neves, um dos principais líderes do “tucanato”, defendeu que o PSDB escolha seu candidato à Presidência em 2013; em vez de esperar para definir essa candidatura às vésperas do pleito, como ocorreu em 2006 e 2010 – cujos resultados foram, sabidamente, negativos. Nas entrelinhas, Aécio vem se colocando à disposição do partido para disputar a cadeira presidencial, ao defender que “uma renovação será fundamental”.
ANÁLISE
O giro do senador mineiro, começando por Porto Alegre, já é uma pré-definição de sua parte: desta vez ele deseja ser o candidato dos tucanos e, em geral, das forças que se opõem ao atual governo petista; a quem criticou pelo “aparelhamento e ineficiência” da maquina pública e, “pela absoluta ausência de coragem para promover reformas estruturais”; o que o levou a abdicar de “ter um, projeto para o país”, para “dedicar-se apenas à manutenção do poder, quaisquer que sejam os aliados, a qualquer custo”. Mas não deixou de censurar seu partido, o PSDB, que “precisa renovar o discurso e voltar a falar com clareza com o eleitor”. 
5. ARTE DO POSSIVEL
OS FATOS
Apesar das restrições de sentido macro – crises no bloco das economias desenvolvidas (Europa, Japão e Estados Unidos), herança política de um governo de coalizão, etc – a presidente Dilma Rousseff tem apresentado performance razoável; o que acaba de ser confirmado pela melhoria da nota de risco do Brasil, pela agencia S&P. Os problemas se apresentam na estrutura de governança, pendente de um modelo que obriga à composição de uma base de apoio de baixa coerência e que resulta em sucessivos problemas com auxiliares ministeriais – como é caso, atualmente, do titular do Trabalho. 
ANÁLISE
As sondagens de opinião confirmam essa linha: a presidente buscou se cercar de equipe competente que conseguiu antecipar os piores efeitos da crise global e proteger o país das suas turbulências via execução fiscal equilibrada e iniciativas de defesa cambial. Os percalços ficam por conta da herança, de Lupis e quejandos – a conta a pagar pela eleição de 2010. O ônus do sr. Lupi – menos que os malfeitos que lhe são debitados – decorre de suas ações, que ancoradas no velho trabalhismo varguista, não prepararam os trabalhadores para o novo cenário da competição global. 
6. PARÁ SEM DIVISÃO
OS FATOS
A proposta de divisão do Pará para a criação de mais dois estados – de Carajás e do Tapajós -, a ocorrer em 11 de dezembro, será rejeitada pela absoluta maioria do eleitorado daquele Estado da Região Norte. A informação foi recolhida em pesquisa do Datafolha: 58% dos consultados rejeitam, contra 19% dos cidadãos que apóiam, mais uma parcela residual de indecisos (variável conforme se trate da eventual partilha paraense em favor de uma ou outra das novas unidades). Os líderes separatistas esperam reverter essa opção com a campanha de propaganda gratuita pelo rádio e TV, até o dia da consulta.   
ANÁLISE
Os defensores da unidade do Pará rebatem: irão aproveitar a mesma campanha televisiva para desmontar os argumentos dos divisionistas, que se baseiam em promessas irrealistas de auxilio federal. De fato, a “fabricação de estados” não interessa ao país e menos ao Paraná. Ao Brasil, porque tais novas unidades não preenchem o conceito clássico de “Estados” – entes dotados de autonomia, inclusive fiscal; se criados, viveriam dependentes de recursos da União. Nem ao Paraná: seriam mais seis senadores e dezesseis deputados federais no conjunto Norte/Nordeste/Centro-Oeste; agravando a distorção advinda de 1977 e perenizada na Constituição de 1988, que rompe o equilíbrio da Federação.
7. PR: POUCA DOTAÇÃO
OS FATOS
O Plano Plurianual de Investimentos (2012-15), que após envio pelo Governo está em tramitação no Congresso Nacional, poderá trazer R$ 2,85 bilhões em investimentos ao Paraná. São cinco grandes projetos estruturantes: infra-estrutura viária no aeroporto Afonso Pena, mobilidade urbana em Curitiba (metrô) e obras nas rodovias BR-369 (Arco Norte em Londrina) e BR-163 (região Oeste-Sudoeste), além de apoio às universidades estaduais. Mas o PPA é um planejamento sujeito “a chuvas e trovoadas”, reconhecem os membros da Bancada Federal. O certo é o projeto de Orçamento para 2012, em que a Administração Federal prevê R$ 720 milhões em investimentos ao Paraná.
ANÁLISE
Ambas as proposições são modestas, sendo que o projeto orçamentário da União para o próximo ano situa o Paraná com o segundo menor volume de recursos de investimento “per capita” entre os Estados. Mesmo na Região Sul o Paraná perde para seus vizinhos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Por isso devemos concentrar atenção na projetada revisão do Fundo de Participação dos Estados – exigida pelo Supremo – como alertou em artigo o professor Gilmar Mendes Lourenço, presidente do IPARDES. Em recente almoço na Associação Comercial do Paraná o senador Sérgio Souza concordou: royalties futuros do petróleo “pré-sal” são importantes, porém o alargamento de nossa cota no FDE é fundamental.

Rafael de Lala,
Presidente da API e pela Coordenação da
Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
e Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná


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