1. EUROPA SALVA
OS FATOS
Após um período de impasse e sucessivas reuniões, os líderes europeus tomaram duas decisões importantes para o futuro da União Europeia e do bloco do euro: aprovaram um novo pacote de financiamento para a Grécia, que permitirá ao país quitar as dívidas que estão vencendo neste final de ano e um pacote de resgate para os bancos da Espanha, no valor de 100 bilhões de reais, beneficiando instituições que haviam sido estatizadas no bojo da crise que envolveu o país.
ANÁLISE
O programa grego levará a uma progressiva redução da dívida pública, que mesmo assim baixará para 124% do PIB do país, o que prolonga a agonia da economia e da população da Grécia. Na Espanha a crise será amenizada com o resgate dos bancos nacionalizados, porém ao preço da piora dos indicadores sociais que já estão pesadamente taxados: perda de empregos, redução de aposentadorias e salários e – trazendo à memória a crise americana de 1929 – distribuição de “sopão dos pobres” para pessoas sem condições de comprarem alimentação básica. O pior é que a projeção dos principais analistas indica que a má fase vai continuar, a partir de um aperto exagerado imposto pela liderança do bloco europeu.
2. BRASIL MELHORA
OS FATOS
No Brasil, apesar de um ano difícil em finalização, os indicadores melhoraram neste quarto trimestre, com o PIB avançando até 1,3%, o que levou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a anunciar novas medidas contra cíclicas para sustentar algum crescimento. “O PIB de 2012 não será nada espetacular, porém ficará no campo positivo”, assegurou o titular das finanças. Já para o próximo ano a projeção do governo e de um estudo recente da (OCDE) vai a mais de 4%, enquanto os economistas da área de mercado situam esse avanço entre 3% e 3,5%.
ANÁLISE
A continuidade de ações pró-crescimento anunciada por Mantega vai na direção de uma ampliação das desonerações de impostos para setores selecionados. O ministro assegura, porém, que “em algum momento haverá uma desoneração plena, beneficiando toda a economia” – ponto defendido pela maioria dos especialistas que censuram a atual política seletiva de redução da carga por setores. O ideal, de fato, seria um rebaixamento da carga tributária atual, que com mais de 35% atualmente, se situa num patamar incompatível com a posição do Brasil como país emergente (nestes, a média é de 25%). Mas, para isso, teríamos que adotar um programa firme de contenção de despesas públicas, implicando congelamento da construção ou ampliação de edifícios governamentais, ingresso de funcionários e assim por diante – o que ainda não ocorre.
3. REFORMA POLITICA
OS FATOS
Mesmo com quorum desfalcado (o 10º ministro, Teori Zavaczki( tomou posse na quinta), o Supremo Tribunal Federal concluiu a aplicação das penas aos réus do processo do “Mensalão”. Como previsto, os cabeças políticos do esquema foram condenados a sanções que implicam o cumprimento da parte inicial em regime fechado; beneficiado o ex-deputado Roberto Jéferson, por ter indiretamente denunciado a questão.
ANÁLISE
Apesar de toda a carga emocional envolvida na questão (haverá até um evento petista de desagravo ao ex-ministro José Dirceu em Curitiba, segunda), o “mensalão” é um dos frutos da disfunção institucional do regime brasileiro. O ponto: em vez de partidos minimamente orgânicos – com doutrina própria e explicita perante o eleitorado – possuímos um sistema frouxo, em que as agremiações partidárias são mero ajuntamento fisiológico, dominadas por caciques de uma cúpula que usa de expedientes para se manter no poder, e cujos integrantes aplicam idênticos expedientes para se eleger. Sem uma reforma progressiva – agora imposta pela sanção judiciária – continuaremos navegando de escândalo em escândalo, com a resultante esperada: baixo crescimento nacional, problemas sociais etc.
4. NOTÍCIA BOA
OS FATOS
O governador Beto Richa está lançando um programa de investimentos de R$ 12,5 bilhões na infraestrutura pública, abrangendo projetos de recuperação da malha viária, modernização do porto de Paranaguá e setor de energia (geração e distribuição de eletricidade). No fechamento deste boletim ainda não estava clara a fonte dos recursos, sendo de esperar que parcela virá do orçamento regular e outra, de financiamentos já pleiteados junto a organismos multilaterais ou público (BNDES, Banco Mundial, etc.) O lançamento inicial foi apresentado aos prefeitos eleitos, reunidos em Foz do Iguaçu, evento tradicional da Associação dos Municipios do Paraná.
ANÁLISE
A boa notícia se deve a um certo movimento crítico quanto à demora do governo estadual, sob a atual gestão, para deslanchar seu programa de obras. O tema foi inclusive, objeto de artigo do professor Belmiro Castor, ex-secretário estadual de Planejamento, intitulado “o tempo passa, o tempo voa”, mas debitado – pelo Palácio Iguaçu – às condições em que Richa encontrou a administração paranaense. De fato, nos últimos períodos governamentais até o escritório de preparação de projetos foi desativado e nenhum empréstimo de longo prazo pleiteado, por influência da linha política dos governantes. Além do que a desaceleração advinda da crise mundial iniciada em 2008 – e que ainda perdura – afetou a economia paranaense, pesadamente dependente das exportações primárias.
MISCELÂNEAS (I)
Na área internacional a errata da semana foi o decreto do novo presidente do Egito de ampliação dos próprios poderes. A reação geral mostra que os povos da Primavera Árabe estão fartos de ditadores e aspirantes a tiranos =/=Presidente Dilma priorizou a relação com a Argentina em vez de uma cúpula sul-americana, para sinalizar seu apoio ao combalido governo de Cristina Kirchner.
MISCELÂNEAS (II)
No Brasil configura-se errata da Medida Provisória que alterou o regime de concessão das empresas de energia elétrica. A gritaria geral, conjugada com a queda do valor de mercado dessas operadoras, leva o governo a um recuo tímido, mas necessário =/= O novo escândalo descoberto na administração federal, da troca remunerada de vantagens a partir do Escritório da Presidência em S. Paulo, reabre o tema da centralização. Só a concentração de funções em mãos da União enseja tal desvio republicano =/= Prevista para hoje a sanção parcial da Lei de Divisão dos Royalties do petróleo. Deverá haver veto na parte que modifica o regime dos contratos já assinados, mas o governo se inclina por distribuir os benefícios por todos os estados, beneficiando inclusive o Paraná.
MISCELÂNEAS (III)
Reajuste da tarifa do pedagio nas rodovias concedidas do Paraná reabre a discussão sobre os contratos assinados pela administração estadual. Em São Paulo o governo Alckimin lavrou um tento, ao rebaixar essa tarifa com base em índices de retorno mais consentâneos com a queda geral das taxas de juros =/= PMDB paranaense terá disputa no pleito interno do dia 15, com duas correntes principais: a do senador Roberto Requião e a do conjunto bancadas federal e estadual mais o ex-governador Orlando Pessuti =/= Abuso policial precisa ser contido, a partir do caso ocorrido no Bairro Alto em Curitiba. Se não houver sanção rígida a situação descambará como em S. Paulo – o que é inadmissível para um estado civilizado como o Paraná.
(29/11/2012)
Rafael de Lala,
Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa
Coordenação da Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
e Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná
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