quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Boletim cultural da Associação Paranaense de Imprensa



Aos Associados
Sob a coordenação da Diretoria de Assuntos Culturais, reunimos informações de interesse geral sobre a imprensa, que passaremos a remeter semanalmente aos membros da API  e também postaremos em nosso blog: http://api1934.blogspot.com.br/  .
Aceitaremos sugestões e contribuições.

1. Marco da internet
A Câmara dos Deputados está começando a votação do projeto definidor do marco civil da Internet, a rede de informações eletrônicas que se tornou um dos principais meios de comunicação. A previsão é que debates adiem a tramitação da matéria - já no Legislativo há três anos -, devido à sua inerente complexidade. As mudanças mais importantes já incorporadas incluem a neutralidade da rede, a obrigação de sigilo dos dados trafegados e a definição de responsabilidades na postagem, acesso e uso das informações. O relator inclusive teve o texto aperfeiçoado por influencia do deputado Miro Teixeira – um antigo jornalista empenhado na defesa da liberdade de expressão.

2. Redes e Democracia
A propósito do tema, a utilização de redes sociais teve papel decisivo na convocação da manifestação de protesto contra o governo de Cristina Kirchner na Argentina. O evento, que reuniu quase um milhão de pessoas em Buenos Aires e pólos do interior, não foi organizado por partidos tradicionais, mas por internautas que se articularam para dizer um “basta” ao populismo autoritário da dirigente platina. Entre os cartazes do megaprotesto, muitos textos reclamando de tentativas de cerceamento da liberdade de imprensa. Segundo o empresário de comunicação Bartolomé Mitre (jornal “La Nación”), o governo de Cristina Kirchner quer tornar a Argentina “uma ditadura com eleições”.

3. No Brasil, não
No Brasil segmentos mais radicalizados de partidos políticos, inclusive hoje na situação, também buscaram criar “marcos regulatórios da mídia” e outros processos de restrição da liberdade de imprensa. Tais iniciativas contudo, encontraram resistência da sociedade organizada e do próprio núcleo central do governo, conforme manifestou a presidente Dilma Rousseff: “É sempre preferível o ruído da imprensa livre ao silêncio tumular das ditaduras”. Tendo sofrido na pele os excessos de um regime de força, a governante colheu da própria experiência a lição da História: a supressão da liberdade de expressão antecede o corte das demais liberdades humanas, levando às ditaduras mais cruentas.

4. Pequenos fecham, grandes reagem
A mudança na tecnologia das informações jornalísticas derivada da internet continua ocasionando reflexos na posição dos veículos de comunicação social. Enquanto pequenos órgãos vão sendo fechados – no país e no exterior – grupos de mídia baseados na fórmula de assinaturas para copias impressas conjugadas com acesso aos sites na rede conseguem equilibrar suas receitas. No Brasil o jornal esportivo “Marca” acaba de encerrar sua versão impressa (o órgão era produzido pelo grupo luso-brasileiro Ejesa, que roda “O Dia” e “Brasil Econômico”).  Já nos Estados Unidos os grupos Gannett (USA Today e mais 70 jornais regionais), The New York Times, “Wall Street Journal” e Washington Post conseguiram ganhos ao vender assinaturas conjuntas sob o modelo “paywall” – um sistema que permite o acesso grátis a chamadas na rede para estimular o usuário a ler o jornal ou sua versão on-line.

5. Migração para Blogs
No Paraná, muitos profissionais de imprensa estão se dedicando à publicação de seus blogs em sítios propiciados por veículos associados a grupos de comunicação. Outros, que tiveram seus jornais fechados por força da conjuntura, se dedicam a blogs autônomos onde a quantidade de acessos está vinculada à credibilidade da informação ofertada. As tendências ainda em fase de definição apontam, de toda forma, para uma só direção: a notícia de qualidade tem leitores e usuários de rede.  

Miscelâneas
Crise na BBC repõe debate das redes públicas de comunicação em tempos de pluralidade de mídias =/= China impõe restrições ao uso de redes eletrônicas durante o congresso do seu partido governante, o PC, mas com sucesso limitado devido à natureza do novo meio =/= Morte do jornalista Cláudio Feldens – o otimista redator das “Entrelinhas” da Gazeta do Povo – deixa saudades entre amigos e colegas.

Rafael de Lala,
Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa
Hélio Freitas Puglielli - Diretor de Assuntos Culturais.

E-mail: api1934@gmail.com Twitter: @Apimprensa
Contato:    
(41) 3026-0660 / 3408-4531/ 9167-9233
Rua Nicarágua, 1079 – Bacacheri – Curitiba/PR

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